
Este artigo discute os desafios contemporâneos para pensar o papel das séries ficcionais histórico-biográficas no empreendimento da memória, na medida em que essas articulam memória e história e, assim, estimulam a rememoração pública sobre o passado. O enquadramento teórico desta investigação estabelece um diálogo com os estudos de memória, num esforço de compreensão crítica acerca do caráter efêmero e plástico da memória e, sobretudo, na relação que as séries histórico-biográficas constituem no modo como rememoramos coletivamente e atribuímos novos sentidos ao passado histórico. Nesse entendimento, o estudo tem como premissa subverter a superficialização que ocorre em torno das narrativas históricas em obras audiovisuais ficcionais, apontando para o desenvolvimento de uma literacia que consista em habilitar criticamente as audiências, numa interlocução com profissionais de distintas áreas, ampliando a consciência crítica nos modos como rememoramos em sociedade.